Devaneios de Andersen: É… Parece que Deus ainda é necessário!

Roberto Andersen

O ano acabou e os cientistas continuaram sem conseguir encontrar a tal da “Partícula de Deus”! Seu nome verdadeiro é boson de Higgs, mas não adianta sabermos o nome se ainda nem sabemos se ela existe mesmo!
Se essa partícula realmente existir, a ciência passa a ter o elemento, hoje considerado imprescindível, para desprezar a necessidade da existência de Deus na criação do mundo! Por enquanto, como nada foi ainda achado, não há qualquer possibilidade de existirmos sem uma “ajudazinha Divina”…
Para buscar essa partícula os cientistas estão trabalhando arduamente no LHC (Grande Colisor de Hádrons), que fica numa construção monumental subterrânea, entre a Suíça e a França.
Quase no final de 2011 duas equipes que trabalham separadamente chamaram a imprensa para apresentar ao mundo as suas conclusões sobre o boson de Higgs e foi uma correria mundia, ou seja, juntou gente para assistir à tal grande revelação!
Mas qual não foi nossa decepção quando ambas só conseguiram apresentar cálculos mostrando a probabilidade da massa do bóson de Higgs estar entre 115 e 130 vezes a mais do que a massa do próton!
Infelizmente essa conclusão não ajuda em nada, mas apenas quantifica a massa (ou a energia correspondente) necessária para que a realidade do universo seja como é, ou como pensamos que ela é, sem que localizemos onde se encontra essa energia ou massa ou seja lá o que for!
Por enquanto essa energia ou massa continua na mente Divina…

Devaneios de Andersen: MORALIDADE E RELIGIOSIDADE: Existe alguma relação?

Temos ouvido muito falar que o nível de moralidade na sociedade caiu muito como consequência da redução do ensino religioso nas escolas. Muitos acreditam que devemos analisar essa questão a fundo, para rever as decisões dessa eliminação. Eu não condeno essa ideia, mas acredito que precisamos fazer uma pesquisa um pouco diferente antes de tomarmos qualquer decisão a respeito. E essa pesquisa deve ser iniciada com a conduta moral dos religiosos, principalmente os ministros religiosos, em sua vida prática, tanto em relação à sua família, como em relação ao seu relacionamento social, afetivo, político, profissional e comercial, já que o exemplo é o verdadeiro caminho para uma melhor educação em todos os níveis.
Numa entrevista no Emory University em 2010, Dalai Lama disse que, para ele, a moralidade tem tudo a ver com a compaixão, com o altruísmo. Já Richard Dawkins diz que nós, humanos, somos melhores do que os nossos “genes egoístas” gostariam que fossemos, já que a nossa evolução está ligada a essa natureza egoísta. Dalai Lama é um dos grandes símbolos da religiosidade mundial não cristã. Richard Dawkins, por sua vez, é um dos grandes símbolos do ateísmo mundial e prega a eliminação de todas as formas de religiosidade, tentando provar que é a religião quem estraga a sociedade! Seu livro: “Deus: um delírio” diz tudo!
Logo após darmos início às nossas pesquisas verificamos que, na teoria, todas as religiões pregam o altruísmo, independente da denominação, incluindo todas as ramificações, desde as monoteístas, representadas principalmente pelos judeus, cristãos e muçulmanos, com entre as politeístas, representadas principalmente pelos budistas.
Mas nossa dúvida é a parte prática desses religiosos, principalmente a prática daqueles que representam suas denominações e pregam tais valores em público. Como entender o comportamento egoísta, corrupto e amoral, muitas vezes até imoral, de pessoas em posições tão influentes em suas comunidades religiosas, não no momento em que estão em púlpito, mas em sua prática diária, fora das suas igrejas?
Tenho observado comportamentos perversos, atitudes intolerantes, práticas imorais, declarações levianas e muito mais, por parte de representantes de algumas comunidades religiosas que se dizem cristãs, fazendo com que toda a pregação teórica se torne uma grande mentira!
Será que Dawkins tinha razão, ou seja, será que o homem nasce com características egoísta e amoral, por força do tal “gene egoísta” e só evolui por causa disso? Será que não há lugar para a compaixão para uma mente em evolução?
Será que a religiosidade tentaria reverter esse processo, tentando transformar o ser humano em um ser altruísta e moral, mas a força de seus genes seria tão forte que nem os líderes dessas religiosidades conseguiriam vencer seus genes durante as vinte e quatro horas de seus dias, explicando assim as atitudes contrárias ao que pregam? Mandem suas observações. Vamos discutir o assunto?
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1. Dalai Lama na Emory University: (http://dalailama.emory.edu/2010/compassion.html)
2. Dawkins, Richard. O Gene Egoísta. Companhia das Letras, 2007.