Adaptação de conteúdo e sua importância para a educação

Adaptar conteúdo? Serve pra quê, afinal? E, se serve, como se faz isso?

[abertura]

Pois é, amigos!

Adaptar conteúdo das aulas tem sido uma grande polêmica por todo o nosso país!

Eu tenho recebido perguntas e questionamentos sobre isso, praticamente todos os dias!

Até em um dos meus livros, o “Estudos sobre educação: inclusão responsável”, eu escrevi um capítulo inteiro mostrando como as editoras de livros didáticos poderão fazer para oferecer um módulo adaptável, para facilitar a vida de todos os professores.

[apresentação]

Eu sou o professor Roberto Andersen

Escritor – educador – psicanalista

Pesquisador em neurociência cognitiva

Para quem ainda não sabe, há 21 anos criamos o Colégio IUPE, em Salvador, onde aplicamos uma metodologia educacional inclusiva, a dinâmica grupal, muito antes da inclusão ser obrigatória, e que permite o atendimento individual do aluno, sem qualquer estresse para o professor.

E, agora, na pandemia, resolvemos transformar nossos cursos de formação continuada, para profissionais de educação, terapeutas, famílias de alunos e também adolescentes e jovens, em minicursos de fácil acesso para todos, exatamente para que possamos ter mais gente, junto a nós, para transformar a si mesmo, seus filhos, seus amigos e seus alunos, construindo uma sociedade melhor.

[fim da apresentação]

Então, vamos ao nosso tema!

Por que a minha insistência em adaptar conteúdo?

Tudo começa pelo fato de que adaptação de conteúdo não é necessária apenas para alunos com deficiência intelectual!

Nada disso!

Se nós quisermos tirar nosso país da triste situação de pior país do mundo em aprendizagem, teremos que ser mais realistas em relação a situação de cada aluno e, parar de fingir que todos os nossos alunos, em uma mesma sala de aula, mesmo sem que qualquer deles tenha deficiência, estão entendendo a nossa aula e aprendendo alguma coisa!

Isso não existe, se nossa aula é dada direcionada a um nível apenas de entendimento! Isso é impossível, na realidade!

Muitos dos nossos alunos não estão entendendo nada, ou quase nada, mas não têm coragem de perguntar, para não passarem “recibo de burrice”, e preferem “dar um jeito” de passar de ano…

E aí começa a construção de uma sociedade mal preparada, sem conhecimento, sem condições de entendimento de mundo, e facilmente manipulável, como é o que estamos vendo atualmente!

Mas como o sistema sempre desejou a burrice do povo, para poder usufruir das mordomias provenientes dos mais elevados níveis de corrupção, apenas fingem se preocupar com a educação, enquanto, na realidade, a colocam em último plano!

O que tudo isso tem a ver com adaptar conteúdo? Tudo a ver!

Mas adaptação para todos os alunos que apresentem algum tipo de dificuldade de aprendizagem, e não apenas para quem tem laudos médicos, o que, aliás, é um absurdo incomensurável!

Vejo professores e dirigentes escolares dizerem que só podem adaptar conteúdo se o aluno tiver laudo médico!

Transformaram o médico em educador! E a própria legislação proíbe que se exija laudo médico para enquadrar um aluno com necessidades educacionais especiais! O laudo é educacional, já que só o educador tem competência para analisar dificuldades de aprendizagem!

Caso contrário passaremos, nós, os professores, a determinar como deve ser realizada uma cirurgia ou quais os medicamentos que devem ser prescritos.

Então, voltando ao educador e as adaptações, vamos lembrar de Comenius, um dos grandes educadores do passado, quando ele escreveu, em sua Didática Magna, que “(…) age, idiotamente, aquele que quer ensinar ao aluno, não o que ele pode aprender, mas sim o que ele próprio deseja(…)”

Essa frase, sozinha, já ensina tudo sobre adaptação de conteúdo!

E, como se não bastasse, Piaget, Wallon, Erik Eriksson e diversos outros educadores deixaram bem claro, em suas obras, que o processo educacional tem que ter por base O ALUNO!

Eles nunca escreveram que a base era o currículo e seu conteúdo programático!

Para qualquer bom entendedor, a frase de Comenius explica exatamente o que tem que ser feito em cada sala de aula, para cada assunto dado, para cada aluno alvo daquele aprendizado! E isso é para todos os alunos, mesmo aqueles considerados “normais”, sem qualquer transtorno, síndrome ou deficiência! E mais evidente ainda para esses, mesmo que não tenham os tais dos LAUDOS!

Então vamos a parte prática, mantendo, em mente, o tempo todo, a frase de Comenius!

Vou utilizar matemática como um simples exemplo. Mas isso vale para todas as matérias e para todos os níveis. Basta ter criatividade.

Você tem 30 alunos na sala. Você está ensinando extração de raiz quadrada.

Vinte deles (chamemos de nível A) estão entendendo a explicação e estão conseguindo fazer os exercícios. Oito deles (chamemos de nível B) estão com dificuldade, porque ainda têm dúvidas em potenciação. Dois deles (chamemos de nível C) estão com dificuldades em subtração. Não sabem, ainda, multiplicar nem dividir.

O professor prepara os roteiros de estudo dirigido para todos os seus alunos, sendo que, para os de “nível A”, ele tira os exercícios do próprio módulo.

Para os de “nível B” ele coloca exercícios de potenciação, para quebrar o bloqueio deles nessa etapa. Para os de “nível C”, os exercícios são de subtração, pelo mesmo motivo.

Se colocarmos os mesmos exercícios do nível A para B e C, esses bloquearão definitivamente e nunca mais entenderão nada de matemática!

E essa é a realidade de muita gente grande, que se diz normal, e que já tem até nível superior em profissões que só escolheu somente por não precisa de raciocínio matemático!

E muitos sabem que são infelizes nessas profissões, mas não tem jeito de ser o que gostaria, já que matemática não entra na cabeça…

Não entra porque não teve professor que adaptasse o conteúdo de forma a quebrar esse bloqueio no início de sua educação básica.

Ou seja: a ausência desse procedimento simples de adaptação e respeito ao nível de entendimento do outro, acaba por criar profissionais infelizes em suas profissões e infelizes na própria vida pessoal. Isso é muito mais sério do que se possa pensar!

E aí vem aquele professor sabotador e me diz:

Mas como esse aluno poderá estar sendo preparado para um concurso, um vestibular, um ENEM, se não está aprendendo o mesmo conteúdo que os outros?

E eu devolvo: Como você conseguirá fazer ele entender de raiz quadrada sem saber multiplicar nem dividir? Se ele não quebrar os bloqueios emocionais, jamais avançará de verdade!

Eu não vejo outra forma, senão a de ir fazendo ele ter prazer em aprender o assunto, mesmo que, para isso, tenha que andar mais vagarosamente que seus colegas de classe, mas estará, sim, andando, e progredindo, e sendo feliz com isso.

Essas adaptações, por enquanto, têm que ser feitas pelos professores e, para isso, o professor não pode se manter, em sala, com a metodologia tradicional, aquela em que os alunos ficam em fileiras, totalmente passivos, esperando o conhecimento entrar em suas cabeças, a partir das palavras do professor.

A metodologia tem que transformar o aluno em aluno ativo a aula toda, protagonista de sua própria aprendizagem, como já fazia Celestin Freinet, na França, em sua pedagogia do trabalho, como também fez José Pacheco, na Escola da Ponte, em Portugal, como faz Aventino Agostini, na metodologia Saber Fazer, em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul e como fazemos na metodologia IUPE de dinâmica grupal, em diversas escolas no Brasil.

O que não podemos é deixar de adaptar conteúdos ou currículos, porque só assim permitiremos p pleno desenvolvimento de todos, sem discriminar ninguém em momento algum!

[encerramento]

Amigos,

Vamos criar, juntos, uma nova era na educação desse país, a partir de uma preparação continuada efetiva, prática, bem dentro da realidade de cada um.

Participe conosco.

Inscreva-se nos nossos cursos, visite nossa livraria e, quanto a esse canal, inscreva-se, curta, ative o sininho de notificações e, mais importante que tudo isso, compartilhe e avise a todos os seus conhecidos, para que tudo isso se torne real!

E saibam que terei imenso prazer em nos vermos, novamente, nos nossos próximos encontros, sejam por aqui ou nos minicursos.

Sucesso para todos vocês e um forte abraço!

Autista TDAH – Disléxico – Discalcúlico e a hipocrisia de uma inclusão mentirosa

Nosso processo educativo é classificatório e seletivo, visando apenas aprovações ou reprovações e, portanto, é desumano e excludente!
Mas basta que nós, professores, olhemos todos os nossos alunos como nossos filhos, principalmente aqueles com dificuldades comportamentais e de aprendizagem, para que toda a cultura do respeito ao outro seja resgatada! Sem isso, a inclusão escolar é uma farsa total!

Autista – TDAH – Disléxico – Discalcúlico e a hipocrisia de uma inclusão mentirosa

Existe uma inclusão verdadeira, ou tudo não passa de pura hipocrisia?

É, amigos! A criança nasceu.

Agradeceu por ter nascido, claro! Afinal, quantas são eliminadas antes de terminar o período de gestação?

Mas, aos poucos, ela vai percebendo que existe algo que a separa de todas as outras crianças.

Ela vê que as outras entendem coisas que ela não entende e, aos poucos, a afastam até das brincadeiras em grupo, já que ela demora a compreender as regras, as formas de agir e tudo o mais.

É, então, que ela sente, pela primeira vez, o peso de uma discriminação e começa a pensar que nasceu no mundo errado! Ela se sente diferente. Todas as outras se entendem. Só ela fica de lado!

É o início de uma violência simbólica, que algumas vezes se transforma em violência real, quando a discriminação vem em forma de bullying!

Ela cria, sem sentir, uma crença limitante forte, acreditando que é incapaz até mesmo daquilo que ela até poderia fazer!

Sua crença provoca uma verdadeira autossabotagem, que baixa a sua autoestima a um ponto tal, que o mundo parece não ter mais sentido para ela.

Ela percebe que as pessoas, à sua volta, em vez de ajudá-la a identificar e vencer cada um desses obstáculos, apontam seus erros e dificuldades, como se a culpa fosse dela, por ter aquele rótulo que ela nunca pediu para ter!

Alguém a leva para a escola, dizendo que agora tudo vai mudar. Afinal, é uma escola inclusiva, já que pela legislação atual, todas são obrigadas a ser assim!

E ela penas: “Agora tudo vai mudar. Terei apoio. Aprenderei como as outras! Vou poder ser alguém na vida!”

Entra na sala é percebe que seus colegas aprendem e se desenvolvem. A professora apenas insiste em que ela faça o mesmo que seus colegas, mas ela não entende o que deve ser feito! E fica “voando” na aula!

A professora é avisada que é uma criança de inclusão e que, por isso, não precisa acompanhar o resto da turma. Basta deixara ela ali quietinha e pronto.

E a professora se dedica aos outros, deixando-a com algum brinquedo ou, talvez, com uma ajudante de sala…

Ah sim! Agora ela ganhou uma ajudante. Agora é que ela se sente, definitivamente, diferente, excluída, inferior a todos os seus colegas, uma estranha em uma sala “dos outros”, os que não têm as mesmas dificuldades que ela tem!

E essa agonia a segue por toda a vida escolar, mas resta a esperança de que, no próximo colégio, a ajudem em vez de a desiludirem.

No outro colégio, que disseram ser de inclusão, os professores foram orientados a adaptar os conteúdos dos assuntos. Ela fica toda contente!

Começa a aula de matemática! O professor entra em sala e começa a ensinar raiz quadrada! Ela ainda está com algumas dificuldades em contas de subtrair!

Mas o professor foi alertado de que ela é “de inclusão” e que deve adaptar o conteúdo.

O professor, então, avisa a ela que ela pode levar quanto tempo quiser para fazer a tarefa de classe. Ele até imprimiu os exercícios de extrair raiz quadrada com números grandes, para ela conseguir entender…

Mas ela mal sabe somar!

Nas tarefas para casa, as mesmas contas, com letras maiores que as de seus colegas, e ela nada entendendo daquilo.

No dia seguinte o professor olha sua tarefa e diz: “Vou explicar de novo. Preste atenção!” E explica, novamente, como extrair da raiz quadrada…

Ela precisava saber como subtrair…

Na prova o professor recebe a informação de que, como ela tem “laudo médico”, ela não precisa tirar a mesma nota que seus colegas para “passar de ano”. Basta dar um jeito de ela tirar nota três o quatro, que já está bom.

E assim vai ela, de ano a ano, de escola para escola, “sendo passada” todo final de ano, sem aprender absolutamente nada e, claro, se convencendo de sua inferioridade intelectual, de sua incompetência, de sua incapacidade de qualquer tipo de desenvolvimento.

Nos históricos escolares que recebe estão lá suas notas: a maioria zero, mas, no espaço das observações, está escrito: APROVADA POR SER DE INCLUSÃO…

E essa é a realidade pela qual passam, hoje,  milhares de crianças com qualquer dificuldade de aprendizagem, mesmo havendo algumas dezenas de documentos legais exigindo uma cultura de educação inclusiva que, no papel, é maravilhosa, mas que, na prática, está muito longe de ser respeitada!

Tudo errado!

Será que, como professores, daríamos o mesmo tratamento a um filho nosso?

Tudo começa, exatamente, por aí!

Não faltam as leis! Não falta a capacidade criativa! Não falta a capacidade de entendimento do outro! O que será que falta?

Primeiramente AMAR NOSSOS ALUNOS, como se fossem nossos filhos! Eles dependem de nós.

Essa parte está bem clara na página 30 de nosso livro “Afetividade na Educação”, quando eu disse que “(…) em relação ao aluno, o educador deve, em primeiro lugar, conquistá-lo (…)”.
Essa conquista só ocorre por meio do amor! E esse amor eleva a sua autoestima, quebrando, eliminando, aos poucos, todas aquelas crenças limitantes que foram construídas.

Em seguida o educador deve estudar, com mais afinco, o que significa uma AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA, e aplicá-la a todos eles, mesmo aqueles considerados normais, para descobrirmos onde está o seu ponto de entendimento na nossa matéria!

Outro livro nosso, o “Inclusão Responsável”, tem toda essa parte nas páginas 38 até 48. Não tem mistério nenhum! Basta fazer!

Essa avaliação é importante, porque ninguém aprende a partir do que não sabe, mas sim a partir daquilo que sabe!

Assim evitaremos ser chamados de IDIOTAS por Comenius, em sua “DIDACTA MAGNA”, escrita no século XVII: “Age, idiotamente, aquele que quer ensinar ao aluno, não aquilo que ele pode aprender, mas sim o que ele próprio deseja!”

Sabendo seus pontos de entendimento e percebendo que há grandes diferença entre os alunos, agora basta estudar qual é a mudança que terá que ser feita na sua metodologia de aula.

Se a que você usa já permite dar atenção igual a todos, mesmo em seus diferentes níveis. Ela está ótima!

Caso contrário, estude a nossa, que está nas páginas 138 a 142 do mesmo livro “Inclusão Responsável”.

E, agora, só falta adaptar os conteúdos de verdade!

Nesse mesmo livro tem a fórmula ideal para ser realizada pelas editoras. Ela está nas páginas 166 a 169. Mas enquanto isso não vem, o jeito é cada professor fazer a sua parte.

Amigos!

Essas crianças precisam de todos nós, e é por isso que estamos insistindo em que vocês compartilhem tudo o que falamos e chamem mais amigos para se juntarem a nós em nosso canal e em nossos minicursos de formação continuada.

Quanto mais amigos tivermos nessa luta, maior será o número de crianças salvas dessa exclusão. Uma exclusão que não é só escolar, mas também social.

E o pior é que ela é causada, em grande parte, por falta de interesse, falta de respeito pelo outro e falta de humanidade!

Nosso próximo minicurso será sobre “Formação da criança e do adolescente”, começando antes do filho ser gerado e chegando até os seus 18 anos.

Esse será nos dias 8, 9 e 10 de setembro, terça, quarta e quinta, sempre Das 19 às 21:30 horas, e com 10 horas/aulas de certificação.

Inscreva-se pelo nosso portal IUPE.NET/CURSOS ou mandando WhatsApp para Erich, meu filho, no número (21) 97194-9922.

Peço que também se inscrevam nesse nosso canal, curtam e ativem o sininho de notificação.

Será um imenso prazer poder estar com todos vocês no nosso próximo curso!

Alimentação cura autismo e TDAH? Mito ou realidade?

Alimentação cura autismo e TDAH: Mito ou verdade?

Um dos maiores perigos, para quem tem autismo, déficit de atenção, hiperatividade ou qualquer outro transtorno do neurodesenvolvimento, é a desinformação.

E essa desinformação pode ocorrer, ou por falta de condições de acesso ao conhecimento, ou por falta de vontade, mesmo, de estudar.

Eu sou Roberto Andersen, escritor, psicanalista e educador, e realizo pesquisas de campo, na área neuro-psíquica-cognitiva, principalmente voltadas para o desenvolvimento psíquico, social e intelectual das crianças e adolescentes com transtornos do neurodesenvolvimento.

Para facilitar a continuidade dessas pesquisas e, também, para colocar nossos projetos de educação inclusiva em prática, criamos o Colégio IUPE, hoje no seu vigésimo primeiro ano de funcionamento.

E para facilitar a divulgação dos resultados de nossas pesquisas criamos um projeto de Formação Continuada de profissionais de educação, terapeutas, familiares e alunos, realizando um minicurso de três noites, toda segunda semana do mês e que, a partir dessa pandemia, passou a ser online, e assim será daqui para a frente.

Vamos, então, ao nosso tema de hoje: É verdade que a alimentação cura o autismo e o TDAH?

Alguns profissionais dirão que não. Outros dirão que sim. Com quem estará a verdade?

Só saberemos a verdade se adotarmos um desses caminhos:

1º) Ou estudar todos os artigos científicos publicados nas revistas especializadas, tomando o cuidado de analisar possíveis relações com algum tipo de patrocínio, como por exemplo: uma pesquisa para saber se o açúcar refinado é prejudicial à saúde, realizada sob o patrocínio de uma indústria açucareira.

2º) Ou realizar pesquisas de campo, observando cada criança ou adolescente com tais transtornos, registrando, periodicamente, a evolução dos seus sintomas, e relacionando os resultados alcançados, com os tratamentos realizados.

Só assim podemos ter o estudo real de cada caso, analisar as evidências encontradas, experimentar novas terapias, relacionar resultados, e tudo o mais.

E não precisaremos mais escolher em quem acreditar, já que a verdade estará clara em nossa frente.

Mesmo assim ainda existe a possibilidade de chegarmos a conclusões incorretas ou, no mínimo, imprecisas, já que o ser humano tem mudado muito, assim como muda, também, o meio ambiente.

Então qual a realidade de agora?

Os transtornos, em sua maioria, se originam em mutações genéticas, causadas, ou por herança dos genes alterados dos pais, ou por influências externas ligadas ao meio ambiente, recebidas pela respiração, pela alimentação, pelo contato de pele, ou por outras formas diversas

Essas mutações, como causa principal, estão sendo estudadas por cientistas como Alisson Muotri, brasileiro, Karina Griese-Oliveira, brasileira, He Jiankui, chinês e muitos outros.

No momento em que um deles descobrir a cura do gene defeituoso, estará curado o transtorno.

Mas essa realidade ainda está longe, e não podemos ficar esperando isso enquanto nosso filho se desenvolve, com os sintomas atrapalhando a sua felicidade.

Então, o que podemos fazer é:

1º) Ou esperar a cura completa dos transtornos, o que deve vir por meio do trabalho de Alisson Muotri, Karina Griese-Oliveira, He Jiankui e outros cientistas.

2ª) Ou manter os sintomas de seus filhos contidos quimicamente, por meio dos medicamentos controlados, durante toda a sua vida.

3º) Ou buscar meios de reduzir ou mesmo eliminar o maior número de sintomas possíveis, para que ele consiga viver com as mesmas condições que qualquer criança.

E, em todos os casos, seja qual for a opção escolhida:

Realizar terapias e treinamentos comportamentais, educacionais e afetivos, do tipo ABA, TEACCH, DENVER e outros, para que essas crianças consigam ser socializadas e ter algum tipo de desenvolvimento, por meio de uma equipe multidisciplinar.

Para aqueles que optaram pela 3ª opção, que é a redução dos sintomas para que a criança consiga viver com as mesmas condições que qualquer outra criança, as orientações são as nutricionais, ou seja:

– Eliminar os parasitas sob orientação do pediatra.

– Realizar exame clínico completo (para detectar níveis de vitamina e possíveis comorbidades paralelas, como por exemplo problemas de tireoide), sob orientação do pediatra.

– Realizar um exame rigoroso de intolerância alimentar, para detectar quais as proteínas que devem ser substituídas na alimentação, sob orientação de pediatra nutrólogo, ou profissional nutricionista.

– Seguir dieta substituindo os alimentos não tolerados por outros que mantenham o valor nutricional necessário à idade e peso da criança, sob orientação de nutricionista.

Nessa linha de tratamentos estão William Shaw, americano, Aderbal Sabrá, brasileiro, Anne Karoline Brito, brasileira (baiana) e muitos outros.

E quais os fundamentos?

Esses estudos estão fundamentados em algumas das consequências das mutações genéticas, entre elas a má formação das paredes do intestino, que perdem a barreira gastrointestinal, permitindo a passagem de proteínas, protozoários e vermes para a corrente sanguínea, provocando inflamações, tanto no próprio intestino como nos astrócitos dos neurônios, conforme já foi detectado em alguns estudos.

Essas inflamações nos astrócitos, além de incomodar a pessoa, provocando irritabilidade, agressividade, impulsos repetitivos e outros sintomas, também prejudicam o desenvolvimento das áreas adjacentes, dificultando ou atrasando diversas etapas do seu desenvolvimento.

Como não podemos, ainda, eliminar a causa primeira, que é a mutação genética, essa é a razão para realizar a compensação dessa permeabilidade das paredes do intestino, retirando da alimentação todas as proteínas que, se foram para a corrente sanguínea da pessoa, causarão todos esses sintomas.

Esse trabalho está todo apresentado por Aderbal Sabrá, em seus estudos nos doutorados e pós doutorados, aqui e nos Estados Unidos, e reunidos em seu livro: Manual de Alergia Alimentar, para quem desejara se atualizar no assunto.

Para complementar a eficácia desse procedimento e melhorar o trabalho conjunto do intestino e do cérebro, precisa ser corrigida outra falha no organismo das pessoas com esses transtornos, que é a infestação de parasitas no trato digestivo.

O estudo mais recente sobre esse aspecto está sendo realizado pela pesquisadora baiana Anne Karoline Brito, em seu doutorado pela Universidade Federal da Bahia em Vitória da Conquista: “Microbiota intestinal: Sua influência sobre o perfil inflamatório e integridade da barreira gastrointestinal de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista”.

Então, a resposta para a pergunta é:

Não é a alimentação que vai curar o autismo, nem o TDAH, mas, a alimentação inadequada, a falta de vitaminas e a presença de parasitas no trato digestivo, são os principais vilões, responsáveis pelo aumento da intensidade de seus sintomas, e por todo o prejuízo em seu desenvolvimento.

Essa é a nossa resposta a essa indagação.

Inscrevam-se em nossos minicursos de formação continuada.

Assim teremos mais gente conosco, nessa luta para salvar nossas crianças e nossos adolescentes da exclusão social, dando a todos eles, as mesmas condições de sucesso, que todos os seus colegas.

Recebam todos um forte abraço!

 

Mutações genéticas nos transtornos de aprendizagem

Toda criança se desenvolve seguindo o mesmo padrão?

Desafios da inclusão – criança em casa

Nesse período em casa, o desespero dos pais, com seus filhos em início de escolarização, aumenta muito! Quando a criança tem alguma síndrome, transtorno ou deficiência,a isso aumenta muito mais! Aqui vão algumas dicas para ajudar a desenvolvê-las corretamente, elevando a sua autoestima e contribuindo para o seu equilíbrio emocional!

Adolescente incluído não alfabetizado

Como posso alfabetizar um adolescente nos anos finais do Ensino Fundamental ou no Ensino Médio?

Sim! Essa é uma pergunta comum, em quase todas as escolas, depois que as leis educacionais determinaram a inclusão escolar!

Vamos analisar?

Parte da sociedade começou a perceber que deficientes são gente igual a nós e que têm os mesmos direitos.

Outra parte continua desprezando quem não se enquadra na normalidade, considerando-se, talvez, imune a qualquer doença, acidente ou coisa parecida.

Por causa dessa outra parte acaba sendo necessário o estabelecimento de leis específicas, para que a obrigação moral passe a ser, também, oficialmente, obrigação legal!

Assim, todas as escolas regulares passaram a ser obrigadas a aceitar, em suas turmas, alunos deficientes e, de acordo com os próprios documentos legais, obrigadas a garantir a sua aprendizagem real, visando a sua autonomia futura.

Para isso as escolas devem adaptar currículos e/ou conteúdos, adaptar tarefas e avaliações, e criar estratégias de ensino apropriadas e inclusivas.

Temos observado que algumas escolas já estão se atualizando para essa nova fase da educação no país, enquanto outras procuram, de todas as formas possíveis, evitar ter, em suas turmas, qualquer tipo de aluno, que não se enquadre no padrão desejado, de desenvolvimento intelectual, ou de capacidade cognitiva.

Quanto a essas que não se enquadram, só mesmo com aplicação de multas pesadas e enquadramento de seus dirigentes e professores em desobediência à legislação, poderão mudar o seu perfil de total desrespeito ao ser humano com algum tipo de dificuldade intelectual, cognitiva, psíquica ou emocional.

Mas vamos às escolas que decidiram respeitar o outro, e que estejam se atualizando, dentro de suas possibilidades e limitações.

Essas mudaram a metodologia das aulas, criando metodologias que permitam a eficácia da inclusão, como a de Dinâmica Grupal que adotamos em nosso colégio.

Mas, mesmo com essas novas metodologias, ainda há alguma dificuldade quando o aluno incluído, já adolescente, não está ainda alfabetizado.

Dois desafios:

  1. Como fazer com que ele aprenda os conteúdos das matérias, se ele não lê nem escreve?
  2. Como alfabetizá-lo, se os professores dessa etapa da educação básica não estão preparados para isso?

A resposta à primeira pergunta é simples: ele terá o ensino de forma oral, fará as atividades oralmente e assim será avaliado. Estando em grupo, seus próprios colegas o ajudarão no entendimento e na realização das tarefas.

A resposta à segunda, para ter mais eficácia, necessita de duas etapas:

  1. Embora não esteja especificado nos documentos legais, o ideal é alfabetizá-lo no turno oposto, por um profissional especialista em alfabetização, para que, em breve, sua aprendizagem comece a passar de oral para leitura e escrita.
  2. Os professores regulares, licenciados, devem ter uma boa noção do processo de alfabetização, para que possam utilizar em sala, acelerando a sua evolução na aprendizagem.

Como esse fato não é incomum, precisamos que:

  1. Sempre tenhamos, na escola, profissionais alfabetizadores, para poderem realizar essa tarefa com os alunos adolescentes, no contra-turno.
  2. Os conceitos básicos e as noções mais importantes do processo de alfabetização sejam ensinados a todos os profissionais de educação, não apenas para alfabetizadores, o que facilitará, em muito, o desenvolvimento da aula inclusiva, independentemente dos incluídos serem neurotípicos, autistas, TDAHs ou com qualquer tipo de bloqueio ou deficiência.

Esse trabalho poderá ser realizado por profissionais especializados em alfabetização e letramento, durante os trabalhos de Formação Continuada de todas as escolas.

Esse conhecimento básico de alfabetização e letramento ajudará o professor licenciado a entender as razões pelas quais muitos de seus alunos não conseguem interpretar os textos de sua matéria.

Além disso ele poderá criar estratégias de ensino que compensem essa falha e, ao mesmo tempo, ou passe exercícios que ajudarão o aluno a desenvolver seu letramento, ou o encaminhe a um profissional de letramento no turno oposto às aulas.

Essa é a única forma de pararmos de DEFORMAR alunos, em vez de FORMÁ-LOS.

Analisem e vamos à luta, porque se formos esperar que essas decisões venham de cima para baixo, elas chegarão, possivelmente, deformadas…

Autossabotagem e as Crenças Limitantes

Autossabotagem a as Crenças Limitantes
(Seu maior inimigo está na sua própria mente)

Nossa conversa de hoje tem endereço certo: é exatamente para todos vocês, incluindo eu também! É importante para todos, e vocês vão ver que, mesmo sabendo disso, temos que estar atentos, de forma permanente, para não cairmos, todos os dias, na mesma armadilha.

Uma armadilha preparada, por nós mesmos, dentro da nossa própria mente!

Vamos começar com uma história real:

Numa dessas minhas frequentes viagens, em uma cidade pequena no interior do Brasil, onde eu costumo ir todos os anos, eu recebi Dona Helena, com seu filho Lucas, 11 anos, para orientações relacionadas às dificuldades de aprendizagem de seu filho.

Os nomes são fictícios, claro!

Cumprimentei D. Helena e, imediatamente, comecei a conversar com Lucas, como normalmente eu inicio meus atendimentos.

Lucas se espantou, acredito que… …por estar acostumado aos adultos, normalmente, antes de conversar com ele, perguntarem à mãe sobre ele.

Mas, esse é o meu costume, para ganhar a confiança da criança com mais facilidade.

Procurei saber o nome dele, antes de sua chegada, para não iniciar a conversa, ainda com a criança inibida, perguntando pelo seu nome. Eu não acho isso bom.

Fui, então, logo me apresentando:

“Oi Lucas, eu sou o professor Roberto!” E daí comecei a puxar todo tipo de conversa, procurando me interessar por cada resposta.

Ele me disse que não conseguia aprender nada, por ser microcéfalo, autista e TDAH.

Fiz, então, uma série de testes, tipo avaliação diagnóstica, para identificar os seus pontos de entendimento, principalmente em cálculo, leitura, escrita e interpretação de texto.

Registrei os pontos, para efeito do relatório que eu enviei, depois, para os pais e para a escola.

No final mostrei a ele minhas anotações, e disse: “Viu que você sabe calcular, ler, escrever e interpretar?”

“Você só precisa estar confiante em você mesmo e seguir em frente!”

“Dificuldades todo mundo tem em alguma matéria”

“Pode ter certeza de que tem colega seu com mais dificuldade que você em alguma coisa.”

“Então veja que suas dificuldades são como as de todo mundo! Nada tem a ver com microcefalia, autismo ou TDAH.”

“Os sintomas dessas coisas que atrapalham você, a gente vai orientar para reduzir até que, um dia, não tem mais nada.”

Aí mostrei a ele que, se compararmos as cabeças de todo mundo, vai ter muito macrocéfalo e muito microcéfalo entre nós, e que isso não faz diferença nenhuma, já que todos somos diferentes mesmo.

Mostrei a ele, também, que todos nós temos alguns dos sintomas, que são comuns no autismo e no TDAH, e que isso também não faz diferença nenhuma.

Basta nós nos entendermos e termos força de vontade para superar qualquer dificuldade que apareça.

Depois disso, me dirigindo aos dois, D. Helena e Lucas, dei diversas dicas para a mãe, ele ouvindo, sobre quais os profissionais que devem ser procurados para reduzir todos sintomas do autismo e do TDAH, além dos estímulos continuados para o desenvolvimento das redes neurais, que podem ter sido afetadas pela microcefalia.

Mas sempre deixando claro para ele que, os exercícios e dietas específicas, que serão passados pelos terapeutas, são para melhorar ainda mais a capacidade intelectual que ele já tem.

E que ele só precisa ter certeza disso, e continuar os exercícios e as dietas para ser, a cada dia, melhor ainda, do que era no dia anterior.

E que ele sempre se compare, nunca com seus colegas, mas sempre com ele mesmo, ontem.

Fiz um relatório para a escola sobre os pontos de entendimento e a forma de adaptar conteúdos, atividades e avaliações, além da recomendação sobre bullying, principalmente devido à microcefalia.

Esse ano, dois anos depois, eles vieram me ver novamente, agora numa cidade vizinha à deles, Lucas já com 13 anos.

Ele me espantou desde a chegada.

Saiu do carro de sua mãe, correndo, para me abraçar, todo feliz, e me contou que já está no 8º ano, sem qualquer necessidade de adaptação, se sente igual aos colegas, participa de todas as atividades e começou a me contar seus planos para o futuro.

Agora vamos a análise:

O que estava atrapalhando o desenvolvimento de Lucas não era a microcefalia, nem o autismo e nem o TDAH, se é que esses diagnósticos estavam corretos. Tenho encontrado muito diagnóstico precipitado a todo momento.

O único obstáculo real era a CRENÇA LIMITANTE imposta a ele por todos esses RÓTULOS, a partir dos diagnósticos.

Quando aparece um rótulo, nossa mente registra como alguma coisa impeditiva para o nosso desenvolvimento: “Sou inferior!”

A mente, ao saber das deficiências, se acomoda e não estimula o cérebro a se consertar, já que existe um documento oficial determinando a inferioridade, a incapacidade e a impossibilidade de seu desenvolvimento.

O cérebro se acomoda, até mesmo por economia de energia das células neurais. Para que gastar energia naquilo que não funciona?

Esse caso de Lucas, que é real, precisa que todos nós tenhamos sempre na lembrança.

Isso porque existe uma infinidade de crianças na mesma situação e que, por não terem essa orientação, acabam sendo excluídas, não só da escola, mas da sociedade como um todo.

A interferência mais importante para todos esses casos, e que todos nós podemos fazer (pais, professores, terapeutas ou até colegas) é quebrar essas CRENÇAS LIMITANTES que foram impostas à criança.

Quebrando isso, seu cérebro, sozinho, passará a trabalhar a seu favor, consertando tudo o que ele pode consertar, reduzindo todos os sintomas que porventura existam, e permitindo que ele se desenvolva, como qualquer outra criança, e que seja autônomo e feliz.

Nesse caso real, havia um rótulo provocador, da crença limitante. Mas e no nosso caso? E no nosso dia-a-dia?

Sim, gente!

Lembram que eu falei da economia de energia, pelo cérebro? Que o cérebro não vai querer gastar energia, em algo que não funcione, ou que não seja importante?

Pois é!

Somos bombardeados, diariamente, por crenças desse tipo, que chegam de todas as mais diferentes formas.

Algumas vezes, são colegas de trabalho, que olham o que você está fazendo, e dizem: “Cara! Não adianta! Isso não vai dar certo!”

Ou pensamentos, nossos mesmos, assim:

– Não sei nada disso. Nunca me ensinaram.

– Não sei por onde começar.

– Não sou qualificado para fazer isso

– Muito difícil. Não vou conseguir.

– Tarde demais. Não adianta.

E até uma resposta que damos a uma proposta positiva de alguém: “OK, vou tentar”

Sobre essa frase eu dou sempre a mesma contra resposta:

“Não precisa tentar! Basta fazer!”

Ou seja: muitas vezes somos nós mesmos, que começamos um trabalho, e esbarramos em uma dificuldade qualquer.

Aí, a nossa tendência ao comodismo, se aproveita da dificuldade, e nos convence a desistir.

Outras vezes, é a observação da facilidade, que algum dos nossos colegas tem, ao realizar uma atividade, seja de cálculo, seja de interpretação de textos, seja de raciocínio filosófico, e com isso, nos convencemos, que não nascemos para isso, desistindo no meio do caminho.

Há momentos em que temos certeza de que é impossível para nós, porque já tentamos dez vezes, e sempre fracassamos.

Mas, se nós analisarmos, a evolução que tivemos, em cada tentativa, perceberemos que estamos perto do sucesso, mesmo depois de dez fracassos.

É nessa hora que mudamos o termo FRACASSO para o termo APRENDIZAGEM.

E o segredo da mudança está exatamente nessa alteração do nome, e nessa análise!

Esse é o momento em que temos que dar o “passe mágico”!

O mesmo “passe mágico” que dei, ao atender Lucas, e mudar toda a sua relação com ele mesmo, quando ele começou a gostar dele mesmo, e passou a enxergar seu sucesso em tudo.

Foi dado início ao seu pleno desenvolvimento no caminho da autonomia e da felicidade.

Esse é o momento da transformação do ELEMENTO LIMITANTE de nossa crença em ELEMENTO ESTIMULANTE.

Passamos, agora, a ter certeza de que nosso sucesso sempre vai chegar, evoluindo aos poucos, por meio desses exercícios de aprendizagem diários, e que antes chamávamos de: fracassos…

Então, gente, para concluir:

Dê um basta nas crenças limitantes. Transforme-as em crenças estimulantes.

E mude o termo fracasso, para aprendizagem.

Não há fracassos! Há exercícios de aprendizagem, que o tempo todo, da nossa vida, vão contribuindo para a nossa evolução mental e, portanto, construindo a nossa essência vitoriosa e, consequentemente, a nossa felicidade.

Querem proibir a terapia por edição genética

O medo de se transformar seres humanos em máquinas programadas pode estar levando grupos a se organizarem contrários à terapia por edição genética!

AUTISMO, TDAH, TOD etc., e a cura pela edição genética

A cura do autismo pela edição genética pode não ser autorizada no ocidente

Como vocês já sabem, a edição genética, utilizando a tesoura molecular CRISPR-Cas9, é a “bola da vez” na ciência mundial.

Como grande parte das doenças são provenientes de uma mutação genética, ou um erro nas chaves liga-desliga das programações existentes no DNA, parte dos cientistas resolveu investir em técnicas para “consertar” tais defeitos nesses genes.

É como se a tesoura cortasse a fita do DNA, editasse a sequência incorreta, consertando-a, e depois re-inserindo essa parte da fita, de volta, no DNA.

Edição de genes não é coisa nova, embora só agora a ciência “tenha se tocado” com essa possibilidade realizada em laboratório.

Isso porque, desde 1940 que dois cientistas, pesquisando bactérias e vírus, fizeram o registro de observação de um vírus editando o DNA de uma bactéria.

Mas agora a ideia da edição viralizou, ou seja, tomou conta do mundo, ainda mais depois que o cientista chinês He Jian Kui editou dois gêmeos que nasceram imunes à AIDS!

Isso aconteceu logo depois que ele apresentou essa sua nova tesoura molecular e disse, em pleno congresso científico em Hong-Kong, que já haviam nascido os dois gêmeos editados por ele.

Depois disso, a ideia explodiu.

O erro, em Hong-Kong, acredito eu, foi a comunidade científica ter condenado a atitude de He Jian-Kui, em vez de exigir supervisão internacional em seu laboratório, para que as normas internacionais de experimentos com humanos fossem cumpridas.

Como não houve isso, a China o aprisionou, em plena universidade, ficando, agora, o único país do mundo a ter acesso a essa técnica.

A partir daí diversos cientistas começaram a contestar a eficácia da técnica de He Jian-Kui, ou de apresentar possíveis efeitos colaterais imprevisíveis.

Começaram, então, a ser realizados debates, no mundo todo, para mostrar ao público o que está ocorrendo e, por algum motivo, para criar um movimento contra essa nova ciência terapêutica.

Em relação ao AUTISMO e a todas as síndromes e transtornos originários de mutações genéticas, essa nova ciência será uma excelente oportunidade de se obter a cura definitiva.

Muitos pais de autistas têm procurado realizar o mapeamento genético do filho, para saber qual o gene defeituoso e, com essa identificação nas mãos, verificar se já foi encontrada a forma de reverter o erro.

Mas para isso precisávamos apenas esperar pela evolução das técnicas de edição.

Agora, no entanto, além de esperar, precisamos que tais técnicas sejam autorizadas, já que há movimentos científicos contrários a ela.

Em diversos debates realizados, em todo o mundo, são apresentados possíveis efeitos colaterais incontroláveis e perigosos, não só para a pessoa editada, mas em relação à mudança de características humanas em toda a sua descendência.

Pode parecer coisa de ficção científica, mas é pura realidade atual.

Hoje mesmo, em um debate pela em Doha, capital do Catar, três cientistas (Julian Savulescu, Jamie Metzl e Kate, cujo sobrenome não entendi), mostraram seus pontos de discordância.

Para o Dr Julian, a humanidade tem obrigação moral de dar todo apoio à edição genética, porque, só ela poderá salvar vidas que estão condenadas a vegetarem, sem sentido algum, devido a um gene que pode ser, simplesmente, editado.

Dr Jamie, embora sem condenar a edição genética, aponta para a necessidade de se criar meios de controle ético efetivo, para toda a pesquisa epigenética, para evitar que, em vez de consertar defeitos, estejam construindo super-homens e, portanto, modificando a própria natureza humana.

Para a Dra Kate, toda edição genética deve ser proibida e execrada, por constituir uma interferência científica na evolução natural do ser humano e, portanto, podendo eliminar características que ainda nos diferenciam das máquinas e inteligências artificiais.

O programa deu a oportunidade de o público dar sua opinião e, para meu espanto, a ideia mais votada foi a de Kate, desejando proibir todo e qualquer estudo sobre a edição genética.

Por enquanto o mundo ainda tem medo de alterações no ser humano, ainda mais alterações que possam mudar a sua natureza.

Logico que, para os pais dos autistas que estão contando com isso, essa tendência da opinião mundial acaba sendo como um balde de água fria, mas temos que ser bem realistas mesmo e analisar com muito cuidado tudo o que surge nos meios científicos mundiais.

Todos sabemos que a edição genética na soja, realizada com toda boa intenção, visando aumentar a produção mundial, tem apresentado problemas, alguns deles com efeitos colaterais sérios.

Hoje a soja é um dos elementos que devem ser eliminados da dieta do autista, pois traz aumento da permeabilidade do intestino e, consequentemente, provoca a inflamação cerebral.

Nesse ponto a soja só perde para o glúten, que é pior ainda!

Se a soja, com a edição (soja transgênica) perdeu sua natureza anterior em por isso, trouxe problemas de intolerâncias nos autistas e nos TDAHs, será que não haverá alteração também no ser humano?

Tem muita coisa a discutir ainda sobre isso.

Então, em vez de esperar pela edição genética, o que temos para nossos filhos autistas, ainda é a redução dos sintomas pelo seu equilíbrio orgânico-psíquico, que começa com a eliminação dos vermes e parasitas e, logo depois, a eliminação do glúten, soja, caseína, corantes, conservantes e açúcares de sua alimentação.

Edição genética fica para outra oportunidade. Quem sabe a evolução da epigenética nos mostra caminhos mais seguros mais tarde?

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